O Dia Internacional das Mulheres foi criado durante o movimento pelo sufrágio feminino (direito ao voto) em 1909, em uma época em que se buscava igualdade de direitos civis.
Hoje é um absurdo cogitar haver diferença de direitos entre homens e mulheres como, por exemplo, apenas homens poderem votar. No Brasil, as mulheres conquistaram o direito ao voto em 24 de fevereiro de 1932.
Estes dias entrevistei uma potencial candidata para uma vaga no comercial da Econodata, No início, ela estava com as defesas mais altas, como de costume em uma entrevista. Com o tempo, fui contando algumas questões minhas e da empresa, e consegui deixá-la mais à vontade, como costumo fazer nas entrevistas. Neste momento, ela me contou que tem um filho pequeno e que, em uma outra empresa em que ela foi entrevistada, deixou de ser contratada por este motivo.
Ainda temos uma série de desafios sociais a enfrentar, como este que relatei. Se cada um fizer um pouquinho a cada dia – a nossa famosa melhoria contínua na Econodata -, conseguiremos mudar o status quo.
Eu interpreto o dia 8 de março como uma forte lembrança de que o esforço pelos direitos iguais deve ser realizado todos os dias, tanto por homens quanto por mulheres.
Essa é a foto mais inteligente de todos os tempos. Nela se encontram Albert Einstein, Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Niels Bohr e, é claro, Marie Curie. O ano era 1927 e a foto foi tirada na Conferência de Solvay.
Curie era a única mulher na foto e realizou feitos notáveis em uma época em que recém as mulheres tinham conquistado direito ao voto em alguns países. Recebeu dois Prêmios Nobel, um de Física e um de Química, pela descoberta dos elementos Rádio e Polônio. Assisti ao filme que relata sua história, há alguns meses, e fiquei impressionado pela sua garra e determinação.
Desde então, depois de tanta luta por igualdade, espero que sejam tiradas mais fotos como essa, porém repleta de Maries Curies ao lado de verdadeiros homens que entendem do que estamos falando.
Dia Internacional das Mulheres: Infelizmente existe um mundo dos negócios masculinizado
Mulheres e homens possuem um lado feminino e um masculino dentro de si. Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço discípulo de Freud, chamava estes pólos de anima e animus.
No mundo dos negócios, existe uma pegada mais voltada ao pólo agressivo, a um estilo mais intenso de negociação e de fazer negócios. Voz seca e às vezes rude impera como forma de relação e de poder. O masculino predomina.
Em um magistral artigo da Harvard Business Review, este assunto é bem apontado como uma das maiores dificuldades de crescimento das mulheres na carreira. Enquanto elas intuem, ponderam e se expõem de forma mais afetuosa, eles se impõem de forma mais impetuosa. A vitória acaba se dando pela demonstração de força por meio da intensidade, e não pela relação de aproximação tão em falta no mundo corporativo.
Este modus operandi da comunicação empresarial apenas reflete a ponta do iceberg de todo um modelo de construção de negócios na sociedade moderna. Hoje há uma grande inclinação para uma atuação mais agressiva, extremamente focada em metas e resultados no curto prazo, em detrimento da construção de um negócio perene e que impera a harmonia entre os integrantes do time.
Curt Coffman e Kathie Sorensen verbalizam esta dicotomia entre Carnívoros e Herbívoros (por favor, não tem nada a ver com comedores de carne e vegetarianos).
Carnívoros procuram crescer a qualquer custo, com foco total ao retorno ao acionista no menor espaço de tempo possível, independente da forma em que se chega lá – qualquer semelhança com Maquiavel não é mera coincidência.
Herbívoros procuram construir um negócio saudável, sustentável e perene, em harmonia com o meio circundante e priorizando a felicidade do time. O foco está no como fazer, sendo que os resultados são mera consequência da aplicação de uma cultura calcada em valores fundamentais.
Puxando a brasa para a psicologia Junguiana, e procurando não dar espaço para interpretações equivocadas, os carnívoros representam o pólo masculino e os herbívoros, o feminino. Todos temos os dois polos dentro da gente. O que devemos enxergar é que estamos em um mundo que privilegia o polo masculino em detrimento da expressão de qualidades incríveis do polo feminino. Não é à toa que temos tantas crises, funcionários insatisfeitos com pressões exageradas e ambientes de trabalho altamente competitivos onde o que prevalece é a hostilidade.
Quando privilegiamos uma forma de fazer negócios agressiva e egoísta, a parte feminina dentro dos homens também é agredida. E é exatamente assim que eu me sinto.
O que desejo enxergar daqui pra frente é um mundo de negócios mais feminino, no sentido mais amplo da palavra. Desta forma, vamos ter ambientes de trabalho mais harmoniosos, onde as pessoas possam se conectar de verdade umas com as outras, aumentando a confiança e expressando o seu verdadeiro ser.